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O jornal norte americano New York Times publicou recentemente o perfil de Feliciano dos Santos numa reportagem datada de Lichinga na província moçambicana do Niassa e assinada por Barry Bearak.
Feliciano dos Santos foi noticia recente quando o seu grupo musical Massukos venceu o Prémio Goldman para o ambiente pelo seu papel em propagar princípios básicos de higiene, como construção de latrinas na sua província natal do Niassa.
"Situadas numa zona de montes e montanhas entre a alfazema dos jacarandás, as aldeias do Niassa podem parecer pitorescas mas os seus habitantes são extremamente pobres vivendo em palhotas sem janelas feitas com lama, tijolos e palha. Geralmente usam o mato ou latrinas de céu aberto como retretes. Isso causa muitas vezes o envenenamento da água,” escreveu o repórter do New York Times.
Foi aliás essa a causa da pólio que afectou uma perna de Feliciano dos Santos que encontrou depois o seu destino na música e no activismo pela saúde e higiene. O repórter do New York Times disse que o cantor moçambicano sempre gostou da música de ritmo rápido dada pela Sungura e da cadencia rítmica do Regae, tendo gostos musicais que se estendem de Ismael Lo no Senegal a Bob Marley na Jamaica e Stevie Wonder nos Estados Unidos.
Em 1996 quando o seu trabalho começava a ganhar fama e influencia Feliciano dos Santos formou a organização "Estamos” que desde então construiu cinco mil latrinas e expandiu as suas actividades à entrega de ajuda e serviços a pacientes da sida.
A "Estamos” é uma organização em expansão o que leva Feliciano dos Santos a confessar ao jornalista do New York Times estar exausto. A "Estamos” tem agora mais de 30 empregados e um orçamento de quase um milhão de dólares. O trabalho pode ser irritante envolvendo a tarefa árdua de preparar propostas para doações e e o trabalho incessante de levar funcionários do governo a actuarem, disse o jornal.